O ano de 2023 foi marcado por significativas flutuações no mercado da pecuária de corte, influenciado por uma combinação de fatores internos e externos. Aspectos produtivos, sanitários, climáticos e econômicos convergiram, resultando em oscilações expressivas nos preços dos produtos desta cadeia. Segundo um levantamento realizado pelo Cepea, observou-se que o preço do boi gordo, que inicialmente era negociado acima de R$ 300/arroba em fevereiro, sofreu uma queda acentuada, chegando a operar abaixo de R$ 200/arroba no final de agosto. Contudo, nesta reta final do ano, o valor da arroba voltou a se estabilizar em torno dos R$ 250.
Um dos episódios mais impactantes do ano foi o registro atípico do caso de “vaca louca” em fevereiro. Embora fosse um evento isolado, tal ocorrência desencadeou a suspensão das exportações de carne bovina para a China, um dos maiores importadores do produto brasileiro. Apesar desse contratempo, a China manteve-se como o principal destino da carne bovina exportada pelo Brasil ao longo do ano.
As exportações de carne bovina mantiveram-se aquecidas durante 2023, desempenhando um papel crucial no escoamento do aumento da oferta nacional. Dados fornecidos pelo IBGE indicam que, de janeiro a setembro de 2023, o abate de animais atingiu o maior volume desde 2014. Este fato ressalta a importância da demanda externa para a estabilidade do mercado brasileiro de carne bovina, em um ano marcado por desafios e reviravoltas.
Este panorama evidencia a dinâmica complexa do mercado de pecuária de corte, refletindo a interdependência entre o mercado interno e as relações comerciais internacionais. O setor, adaptando-se às mudanças e às incertezas, demonstra sua capacidade de resiliência e a necessidade de estratégias eficazes para lidar com os desafios futuros. As tendências observadas em 2023 apontam para um cenário de contínua evolução e adaptação, com impactos significativos para o agronegócio brasileiro.
