Lula assina PL com regras fora da CLT para motoristas de apps

Proposta estabelece um valor mínimo de R$ 32,10 por hora trabalhada e participação sindical para negociações

· 2 minutos de leitura
Lula assina PL com regras fora da CLT para motoristas de apps
Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Em uma manobra questionável, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), impulsiona um projeto de lei visando a regulamentação do trabalho em aplicativos de transporte, tal como Ubee e iFood. A medida, anunciada em cerimônia no Palácio do Planalto, acende um alerta sobre o potencial impacto negativo para milhares de brasileiros que buscam nos aplicativos uma fonte vital de renda extra. Prevista inicialmente para as 15h desta segunda-feira (04), a cerimônia sofreu um atraso de 36 minutos, um prelúdio talvez da desorganização que essa regulamentação pode trazer ao setor.

O projeto, encaminhado ao Congresso Nacional sob rótulo de urgência constitucional, estabelece diretrizes que abrangem desde a remuneração até a previdência, além de segurança, saúde, e transparência. Entre as propostas, destaca-se a definição de uma jornada de 8 horas para a garantia do piso nacional de R$ 1.412 e um salário mínimo por hora trabalhada de R$ 32,10. No entanto, a visão romantizada do governo Lula ignora a realidade de que muitos motoristas dependem da flexibilidade dos aplicativos para maximizar sua renda.

A resposta da classe trabalhadora não tardou. Denis Moura, representante dos motoristas autônomos, vocalizou o descontentamento geral, apontando o dedo para uma proposta que "só serve para o governo arrecadar mais". O temor é que, sob o pretexto de regulamentação, o governo Lula imponha limites que reduzirão ainda mais os já apertados ganhos dos trabalhadores, obrigando as plataformas a pagar o mínimo possível, desestimulando assim a geração de renda autônoma.

Em defesa do indefensável, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, tentou dissipar as críticas, argumentando que o projeto traria "um rol de conquistas para os trabalhadores". Porém, suas palavras parecem soar vazias diante da real preocupação dos motoristas que veem sua autonomia ameaçada. A criação de sindicatos e a promessa de proteção social, por mais atraentes que possam parecer em teoria, na prática, levantam dúvidas sobre a verdadeira liberdade de escolha e capacidade de negociação desses profissionais.

Enquanto o governo PT celebra a iniciativa como um avanço, o setor e os trabalhadores autônomos preparam-se para uma luta no Congresso, buscando barrar uma proposta que mais parece um retrocesso disfarçado de progresso. O embate destaca a distância entre as intenções declaradas do governo Lula e as consequências práticas de suas políticas, frequentemente marcadas por uma desconexão com as necessidades reais da população.

Em suma, o projeto de regulamentação dos aplicativos de transporte por parte do governo Lula coloca em jogo não apenas a sobrevivência de um modelo de trabalho que tem sido a salvação para muitos brasileiros, mas também questiona a capacidade desse governo de promover verdadeiras soluções sem sufocar a liberdade e a iniciativa individual. À medida que a discussão avança, a resistência dos trabalhadores sinaliza um crescente descontentamento com medidas que, longe de proteger, ameaçam o sustento de inúmeras famílias brasileiras.