"Israel não ficará em silêncio", diz ministro após reconhecimento de Estado Palestino

Embaixadores dos três países em Tel Aviv foram convocados para prestar esclarecimentos. Foi a primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas que governos do Ocidente anunciaram reconhecimento, um pleito histórico dos palestinos

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"Israel não ficará em silêncio", diz ministro após reconhecimento de Estado Palestino
Sebastian Scheiner/POOL/AFP/JC

Após Noruega, Espanha e Irlanda anunciarem o reconhecimento do Estado Palestino nesta quarta-feira (22), Israel convocou os embaixadores dos três países em Tel Aviv para esclarecimentos. Além disso, o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, chamou de volta os embaixadores em Oslo, Madri e Dublin, demonstrando forte reprovação diplomática.

Israel Katz declarou que a decisão de reconhecer um Estado Palestino "minou o direito de Israel à autodefesa e os esforços para devolver os 128 reféns detidos pelo Hamas em Gaza". Ele afirmou: "Israel não ficará em silêncio. Estamos determinados a alcançar nossos objetivos: restaurar a segurança dos nossos cidadãos e a remoção do Hamas e o regresso dos reféns. Não existem objetivos mais justos do que estes".

Além disso, em um desafio à comunidade internacional, militares de Israel aprovaram o retorno de três assentamentos israelenses na Cisjordânia, evacuados em 2005. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, visitou o complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, em resposta ao reconhecimento do Estado Palestino, reiterando seu apoio aos assentamentos.

A decisão de Noruega, Espanha e Irlanda será formalizada na próxima terça-feira (28), seguindo a resolução da Assembleia Geral da ONU que favorece o reconhecimento da Palestina como Estado-membro da organização. Desde o início dos bombardeios e da incursão terrestre de Israel em Gaza, os governos de Espanha e Irlanda têm se oposto ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, criticando suas ações no conflito.

Até o momento, 143 membros da ONU, incluindo o Brasil, reconhecem a existência do Estado Palestino.