Exército fala em “desvantagem física” de mulheres para combate

Pesquisa sobre desempenho físico embasa debate sobre o papel das mulheres nas Forças Armadas

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Exército fala em “desvantagem física” de mulheres para combate
O estudo analisou o desempenho de homens e mulheres em 5 exercícios diferentes; na análise, as mulheres tiveram desempenho médio de 20% a 45% pior que o dos homens, a depender do exercício testado

O Exército Brasileiro compartilhou com o Supremo Tribunal Federal (STF) uma análise feita por forças militares internacionais que aponta para uma superioridade física masculina. Esse relatório foi utilizado como argumento contra a admissão de mulheres em cargos de combate dentro das Forças Armadas.

A investigação, conduzida por entidades armadas de outros países e agregada pelo Exército do Brasil, avaliou a performance de ambos os sexos em cinco diferentes testes físicos. Os resultados indicaram que, dependendo da atividade, as mulheres apresentaram um rendimento de 20% a 45% inferior ao dos homens, abrangendo testes de potência aeróbica e anaeróbica, além da força muscular em geral e específica dos membros inferiores e superiores.

O estudo sugere que a integração de mulheres nas armas de combate, como a Infantaria e a Cavalaria, poderia "afetar negativamente a eficácia militar em operações".

Além disso, o Exército Brasileiro executou sua própria pesquisa comparativa sobre a condição física de homens e mulheres admitidos na EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), que é a etapa inicial para ingresso na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras).

"A análise, que foi dividida em duas fases - a primeira entre 2017 e 2018 e a segunda em 2020 - concluiu que houve uma redução na força isométrica máxima dos membros inferiores, crucial para a manutenção da integridade musculoesquelética e da densidade óssea. Esta diminuição está diretamente associada a um maior risco de lesões, especialmente em mulheres na formação militar combatente," revela o relatório.

Esta controvérsia ganhou destaque após a suspensão de um concurso da Polícia Militar do Distrito Federal por Alexandre de Moraes, em agosto de 2023, após uma ação do PT. O partido questionou a constitucionalidade de uma norma distrital que limitava a 10% a cota de mulheres no efetivo da corporação. A seleção foi retomada após a eliminação dessa restrição.

O debate atual reacende questionamentos sobre a igualdade de gênero nas forças armadas, colocando em cheque não apenas critérios físicos, mas também a capacidade de adaptação das instituições militares às demandas contemporâneas por inclusão e diversidade.