Yanomamis vivem desnutrição, avanço da malária, mortes e crescimento do garimpo ilegal

Ações judiciais pressionam o governo Lula e exigem medidas urgentes da gestão federal.

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Yanomamis vivem desnutrição, avanço da malária, mortes e crescimento do garimpo ilegal
Foto: Ricardo Stuckert/PR

No ano de 2023, a Terra Indígena Yanomami testemunhou um aumento alarmante no número de crianças desnutridas, exibindo ossos salientes e sofrendo de malária e viroses, com registros de centenas de mortes. Além disso, a região enfrenta a devastação ambiental causada pela lama e o avanço descontrolado do garimpo ilegal no coração da Floresta Amazônica.

Conforme dados do Ministério da Saúde, cerca de 308 óbitos foram registrados entre janeiro e novembro de 2023. Estes números, ainda não finalizados, apontam para uma realidade sombria e crescente.

O ano de 2024 começa com um alerta urgente, tanto para o Brasil quanto para o mundo. As ações anunciadas pelo atual governo federal, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contrastam com a gravidade da situação. Durante os quatro anos do governo anterior de Jair Bolsonaro (PL), Lula e seus aliados apontaram o dedo para a administração Bolsonaro pelos problemas na área indígena.

No entanto, agora no segundo ano do mandato de Lula, a atenção se desvia da responsabilidade do atual governo, evidenciando uma aplicação de dois pesos e duas medidas. Os números chocantes da crise yanomami são indiscutíveis e exigem atenção.

Recentemente, fotos e vídeos chocantes revelaram a severidade da situação: uma criança de apenas 1 ano e 9 meses pesando cerca de 5,3 kg, equivalente ao peso de um bebê de 3 meses segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Outras imagens mostram uma criança de 4 anos pesando 6,7 kg, o mesmo que um bebê de cinco meses, e um menino de 11 anos com apenas 15,4 kg, próximo ao peso de uma criança de 2 anos.

Estes dados, profundamente alarmantes, surgem em um contexto onde o governo Lula, apesar de ter declarado emergência de saúde pública na região, parece não ter implementado medidas eficazes.

O procurador da República em Roraima, Alisson Marugal, descreveu a situação como de "inércia", indicando que a falta de ação do governo federal poderia levar à investigação do governo Lula por genocídio, uma acusação que ele mesmo havia feito contra a gestão Bolsonaro. Esta situação coloca em evidência a necessidade de uma resposta rápida e eficaz do governo para enfrentar esta crise humanitária e ambiental, além de refletir sobre a coerência e a responsabilidade política em meio a uma tragédia de tamanha magnitude.