A proposta de anistia para os condenados pelos atos de 8 de Janeiro, articulada por Hugo Motta e apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, já encontra resistência no STF. Antes mesmo da votação no Congresso, ministros da Corte ensaiam argumentos para invalidar a medida, demonstrando, mais uma vez, que a última palavra não cabe aos representantes eleitos pelo povo, mas a um grupo de togados que monopoliza decisões políticas cruciais.
A justificativa do STF gira em torno da Lei nº 14.197/2021, que trata de crimes contra a ordem constitucional. No entanto, a seletividade salta aos olhos: outros episódios violentos no país jamais receberam punição tão rigorosa. A intenção real não é garantir justiça, mas consolidar uma narrativa conveniente para manter opositores acuados e presos.
A movimentação dos ministros escancara a tensão entre os Poderes e reforça a fragilidade institucional do país. Enquanto aliados de Bolsonaro apontam a desproporção nas punições e defendem a anistia como um passo necessário, a Corte se antecipa para minar qualquer tentativa de reverter condenações marcadas por parcialidade. O embate continua, mas a balança da Justiça segue inclinada para um só lado.