Polícia revela que firma de líder do PT na Câmara de São Paulo fazia repasses semanais de R$ 70 mil ao PCC

Revelações de Mensagens no Celular de Ex-Diretor Abrem Caminho para Investigação Profunda

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Polícia revela que firma de líder do PT na Câmara de São Paulo fazia repasses semanais de R$ 70 mil ao PCC
Foto: Richard Lourenço/Rede Câmara

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) trouxe à tona evidências incriminatórias encontradas no dispositivo móvel de Adauto Soares Jorge, ex-diretor da Transunião. As provas demonstram transferências financeiras regulares, na ordem de R$ 70 mil por semana, para o Primeiro Comando da Capital (PCC), oriundas dos recursos da companhia. Informações vazadas ao Estadão, ainda sob proteção judicial, indicam que a Transunião, responsável pela operação de 467 veículos de transporte coletivo em São Paulo, está imersa em uma rede mais ampla de atividades ilícitas, que inclui extorsão e branqueamento de capitais. O assassinato de Jorge em março de 2020 marcou o início das apurações.

No momento de sua morte, Jorge estava acompanhado por Devanil Souza Nascimento, ex-motorista do vereador Senival Moura (PT) e empregado da Transunião. Ambos são suspeitos de participação no crime, apesar de rejeitarem as imputações. Moura, que ajudou a fundar a Transunião, havia se distanciado da empresa antes do ocorrido.

As conclusões do inquérito sugerem que o homicídio de Jorge tem vínculos com um esquema de apropriação indevida de recursos dentro da Transunião, com o objetivo de financiar o PCC. Verbas oriundas de figuras criminosas notórias, como Ricardo Pereira dos Santos e Alexandre Ferreira Viana, seriam a fonte de financiamento para a campanha eleitoral de Moura, potencializando a influência da organização criminosa na gestão da empresa.

Leonel Moreira Martins, apontado como o elo entre a Transunião e o PCC, aparece frequentemente nas mensagens de Jorge, discutindo aspectos financeiros atrelados à facção. A investigação também revela que a remoção de Jorge do cargo de diretor da Transunião foi uma exigência do PCC, que indicou um substituto alinhado aos seus interesses.

O caso permanece sem conclusão definitiva, pendente de análises complementares, enquanto as defesas dos acusados contestam vigorosamente as alegações. Tanto a Controladoria do Município quanto a Prefeitura de São Paulo estão empenhadas em desvendar o envolvimento da Transunião com operações criminosas, reiterando seu compromisso com a justiça e a integridade nos processos investigativos.