Ministro da CGU não descarta apagamento de registros da Abin no governo Lula

Ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, sugere que informações sobre suposta espionagem na Abin durante o governo Bolsonaro podem ter sido descartadas, revelando registros de impressão, enquanto investigações continuam com acesso a 200 GB determinado pelo STF.

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Ministro da CGU não descarta apagamento de registros da Abin no governo Lula
Foto: Agência Brasil/Antônio Cruz

O chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, declarou hoje, 2, que não exclui a possibilidade de que o governo Lula tenha deletado registros referentes aos monitoramentos realizados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Em virtude do sigilo da investigação, Carvalho ressaltou que não poderia afirmar com precisão a data em que os materiais foram descartados. Ele destacou que a CGU está averiguando se as remoções ocorreram durante os governos Lula e Bolsonaro.

"É possível que isso tenha ocorrido no governo Bolsonaro, mas não posso descartar a possibilidade de algo ter acontecido durante o governo Lula", afirmou o ministro em entrevista à Globonews.

Carvalho informou que relatórios de inteligência confidenciais foram impressos antes de serem apagados. Os arquivos não foram encontrados nas buscas realizadas pelo governo atual.

"Todo o material foi identificado porque conduzimos uma investigação no servidor das impressoras", acrescentou.

O ministro enfatizou que a CGU não encontrou impedimentos por parte da atual direção da Abin durante as investigações.

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a CGU deve ter acesso a aproximadamente 200 gigabytes (GB) relacionados a investigações envolvendo o governo Bolsonaro.

A Polícia Federal (PF) está investigando uma alegada espionagem ilegal realizada pela Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), atual deputado federal, quando era diretor da agência no governo de Jair Bolsonaro.

A agência de inteligência teria utilizado o software First Mile para monitorar os celulares de jornalistas, autoridades e servidores por meses.

As informações obtidas seriam enviadas a pessoas ligadas ao então presidente. Conforme as investigações da PF, o suposto monitoramento tinha como objetivo fornecer informações que beneficiassem os filhos do ex-presidente.