Justiça manda Boulos tirar das redes sociais versão fraudulenta de pesquisa eleitoral

Em meio a alegações de manipulação de pesquisa eleitoral, Guilherme Boulos é ordenado a retirar publicações de suas redes sociais, acirrando os ânimos na corrida pela prefeitura.

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Justiça manda Boulos tirar das redes sociais versão fraudulenta de pesquisa eleitoral
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

A corrida eleitoral para a prefeitura de São Paulo ganhou um novo capítulo nesta semana, quando a Justiça Eleitoral determinou que Guilherme Boulos (PSOL-SP), deputado federal e pré-candidato ao cargo, remova de suas redes sociais postagens que apresentavam uma versão questionável de uma pesquisa eleitoral. A decisão, proferida pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, atende a um pedido do MDB, partido do atual prefeito e também pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes.

Segundo o juiz Zorz, as publicações de Boulos sugeriam uma interpretação distorcida dos dados, como se uma pesquisa estimulada tivesse incluído uma competição direta entre candidatos que, de fato, não foram comparados dessa maneira na pesquisa original. Boulos e a empresa Facebook Brasil, responsável pelas plataformas onde as postagens foram feitas, têm 24 horas para acatar a decisão e excluir o conteúdo, sob risco de multa diária de R$ 10 mil.

A controvérsia teve início com uma postagem feita por Boulos na segunda-feira, alegando liderança "com 34% contra qualquer bolsonarista" com base em dados do Instituto Real Time Big Data. Entretanto, essa interpretação dos resultados não condiz com o levantamento realizado pela empresa, gerando acusações por parte do MDB de que Boulos teria "inventado um cenário não pesquisado" para "manipular a opinião pública".

Ricardo Vita Porto, advogado do MDB, criticou duramente a atitude do parlamentar, descrevendo-a como uma "falsidade gritante" e um desvio dos princípios éticos que devem nortear a divulgação de resultados eleitorais. Além da remoção das postagens, o partido solicitou que o Ministério Público investigue o caso como possível crime eleitoral.

Enquanto isso, uma pesquisa oficial, encomendada pela RECORD e realizada entre 1º e 2 de março, aponta um cenário de acirrada disputa entre Nunes e Boulos, indicando um empate técnico dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais para um eventual segundo turno.

Diante das acusações, a assessoria de Boulos respondeu, acusando o prefeito Nunes de tentar desviar o foco de "denúncias bilionárias de superfaturamento" envolvendo sua gestão. Alegam que a polêmica em torno da pesquisa seria uma "cortina de fumaça" para encobrir as verdadeiras questões que afetam a administração municipal.

Este incidente evidencia o quão acirrada e complexa está se tornando a corrida pela prefeitura de São Paulo, refletindo a polarização e os desafios que permeiam o cenário político atual. Enquanto os candidatos preparam-se para os próximos passos de suas campanhas, o eleitorado acompanha atento às desenvolvimentos, esperando por um debate político pautado pela transparência e pela verdade.