Exportações brasileiras de café verde crescem 45% e alcançam marca histórica em janeiro, segundo Cecafé

Recorde de envios ao exterior em janeiro reflete competitividade e demanda global

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Exportações brasileiras de café verde crescem 45% e alcançam marca histórica em janeiro, segundo Cecafé
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As exportações brasileiras de café verde experimentaram um notável aumento de 45,4% em janeiro deste ano em comparação ao mesmo mês do ano anterior, atingindo 3,665 milhões de sacas de 60 kg. Esse impulso resultou em um marco sem precedentes para o período, conforme destacado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) nesta sexta-feira.

A escassez de café nos estoques dos países do Hemisfério Norte, agravada pela diminuição das colheitas em nações produtoras como Vietnã e Indonésia, contribuiu significativamente para esse aumento nas exportações do Brasil. "Os cafés robusta e conilon brasileiros se mantêm extremamente competitivos no cenário internacional, atendendo à lacuna deixada pelas quebras de safra em importantes países produtores, como Vietnã e Indonésia, respectivamente primeiro e terceiro maiores produtores globais dessa variedade", explicou Márcio Ferreira, presidente do Cecafé.

Ferreira enfatizou o surpreendente crescimento nas importações desses países do café brasileiro — 700% pelo Vietnã e 19.130% pela Indonésia —, apesar de ambos não serem tradicionalmente grandes compradores do café do Brasil.

Incluindo todas as categorias de exportação, como o café solúvel e o torrado e moído, o Brasil alcançou um total de 3,96 milhões de sacas enviadas ao exterior em janeiro, estabelecendo um novo recorde para o mês e superando a marca anterior de 2021 (3,66 milhões de sacas).

Destacando-se nesse cenário, as exportações de café canéfora saltaram mais de 500% em relação ao ano passado, com o Brasil capitalizando sobre a redução de oferta do Vietnã e da Indonésia. O café arábica, principal produto de exportação do país, também viu um aumento significativo, com 3,2 milhões de sacas exportadas, um crescimento de 31% em relação ao ano anterior.

O aumento nas exportações reflete a elevada demanda dos principais parceiros comerciais, especialmente durante o inverno no Hemisfério Norte, período em que o consumo de café se intensifica. "Esse fator, aliado à diminuição nos estoques globais de café, incentiva naturalmente os maiores consumidores a importarem mais dos países produtores", disse Ferreira.

A Alemanha liderou as importações dos cafés brasileiros em janeiro, com um aumento de 57,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, seguida pelos Estados Unidos, que registraram um crescimento de 31,3%. A China, mantendo-se como um dos principais mercados, importou 168.761 sacas, um aumento de 153,9% em comparação a janeiro do ano anterior.

O Cecafé também ressaltou que, apesar dos desafios impostos por conflitos geopolíticos, secas e gargalos logísticos, as exportações de café do Brasil não sofreram impactos significativos até o momento. No entanto, Ferreira alertou para possíveis complicações futuras, incluindo aumentos nos custos de frete ou escassez de embarcações, que podem afetar o setor.

Essa performance evidencia a resiliência e a adaptação do setor cafeeiro brasileiro frente a adversidades, mantendo sua posição de liderança no mercado global.