DOC e TEC chegam ao fim: Bancos encerram serviços de transferência tradicionais

O fim do TED e DOC marca a evolução tecnológica no sistema financeiro nacional

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DOC e TEC chegam ao fim: Bancos encerram serviços de transferência tradicionais
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Após 38 anos de operação, o tradicional Documento de Ordem de Crédito (DOC) chega ao fim de sua jornada nesta segunda-feira (15), às 22h. Esta medida, afetando tanto pessoas físicas quanto jurídicas, encerra definitivamente o serviço de emissão e agendamento de DOCs para transações interbancárias.

O anúncio do término dessa modalidade de transferência financeira já havia sido feito pelos bancos no ano passado, com a determinação do prazo final para agendamento de DOCs até o dia 29 de fevereiro. Após essa data, os últimos pagamentos serão processados, culminando na desativação permanente do sistema de DOC.

Paralelamente, a Transferência Especial de Crédito (TEC), tradicionalmente empregada por empresas no pagamento de benefícios a funcionários, também terá suas atividades cessadas no mesmo horário. A relevância da TEC vem declinando no mercado financeiro, um reflexo das mudanças tecnológicas e das novas preferências dos consumidores.

Neste cenário de transformação digital, o Pix, sistema de transferência instantânea e sem custos para pessoas físicas, desenvolvido pelo Banco Central, tem se destacado como a opção preferencial, eclipsando tanto o DOC quanto a TEC. Criado em 1985, o DOC era limitado a transferências até as 22h, com a conclusão no dia útil seguinte. Transações após esse horário demandavam dois dias úteis para a finalização.

Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e do Banco Central revelam que, no primeiro semestre de 2023, as operações via DOC representaram uma parcela ínfima, apenas 0,05% do total de 37 bilhões de transações bancárias, somando 18

,3 milhões de operações. Esses números demonstram a progressiva obsolescência do DOC diante das inovações tecnológicas no setor bancário.

Comparativamente, o DOC ficou atrás de métodos como cheques, TED, boletos, cartões de débito e crédito, e especialmente do Pix, que liderou com impressionantes 17,6 bilhões de operações. Essa preferência esmagadora pelo Pix reflete uma tendência global de digitalização e busca por eficiência e rapidez nas transações financeiras.

Enquanto o DOC se aposenta, a Transferência Eletrônica Disponível (TED), introduzida em 2002 e mais adequada para grandes valores, permanece em vigor. A TED, com sua capacidade de processar transações até as 17h em dias úteis e liquidação em até meia hora, continua a atender às necessidades modernas de transferências rápidas e eficientes.

O encerramento do DOC simboliza uma era de avanços tecnológicos e adaptações no sistema financeiro brasileiro. Este movimento em direção a soluções mais ágeis e adaptadas ao cenário digital reflete uma evolução não apenas tecnológica, mas também cultural, em que o país se alinha às melhores práticas globais. Ao se despedir do DOC, o Brasil reafirma seu compromisso com a inovação e eficiência, garantindo ao cidadão métodos mais acessíveis e rápidos para a gestão de suas finanças.