Duplo critério: O silêncio ensurdecedor da mídia frente às gafes de Lula

A discrepância no tratamento mediático revela mais do que preferências políticas; evidencia um comprometimento com a narrativa da esquerda.

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Duplo critério: O silêncio ensurdecedor da mídia frente às gafes de Lula
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Em um episódio que expõe a disparidade de tratamento pela mídia brasileira, especialmente por veículos tradicionalmente vistos como baluartes do jornalismo, uma recente fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ilustra a inclinação ideológica que permeia o setor. Contrastando com a reação inflamada a declarações anteriores de Jair Bolsonaro (PL), a abordagem dada às palavras de Lula por parte de grandes veículos, como a Rede Globo, revela um duplo critério preocupante.

Em 2020, a indignação se espalhou como fogo quando o então presidente Bolsonaro fez um comentário que foi rapidamente classificado como pejorativo por referir-se a uma mulher oriental simplesmente como ‘japonesa’. O episódio, amplamente divulgado, foi transformado em um escândalo de proporções nacionais, com a imprensa desempenhando um papel crucial na sua propagação.

Fast forward para o presente, as recentes declarações de Lula, em que erroneamente presumiu que uma afrodescendente presente em um evento automotivo estaria lá para ‘batucar’ ou como ‘namorada de alguém’, foram notavelmente minimizadas pela mesma imprensa que outrora se ergueu em defesa da moral e da dignidade. As palavras de Lula, inequivocamente carregadas de estereótipos ‘preconceituosos’, ‘medíocres’ e ‘racistas’, receberam uma cobertura notadamente mais branda.

Eliane Cantanhêde, comentarista da GloboNews e frequentemente vista como aliada das correntes de esquerda, descreveu o incidente como um mero ‘deslize’ e um ato de ‘populismo barato’, termos que suavizam a gravidade das insinuações do presidente. Apesar de condenar a abordagem de Lula, Cantanhêde empregou um tom que muitos interpretaram como uma tentativa de diminuir o impacto da gafe, levantando questionamentos sobre a imparcialidade e o tratamento cordial dispensado à atual administração federal.

Esta dissonância na reação da mídia não é apenas uma questão de preferência política; é um reflexo de uma narrativa profundamente enraizada que favorece a esquerda, comprometendo a objetividade jornalística. O episódio evidencia uma preocupante tendência de veículos tradicionais em proteger figuras e ideologias alinhadas com seus interesses, enquanto demonizam e amplificam as falhas de seus adversários políticos.

A imprensa, que deveria atuar como pilar da democracia, assegurando a transparência e fomentando o debate saudável, parece cada vez mais afastar-se de seu compromisso com a verdade, optando por um caminho de parcialidade e manipulação. Esse comportamento não apenas desvirtua o papel do jornalismo na sociedade, mas também alimenta a polarização e o descrédito, enfraquecendo as bases da nossa democracia.

Em tempos de profunda divisão e desafios complexos, é imperativo que a mídia reavalie sua missão e responsabilidade. A verdade, a integridade e a imparcialidade devem ser os faróis que guiam o jornalismo, assegurando que todas as vozes sejam ouvidas e que todos os atos sejam avaliados com o mesmo rigor, independentemente da ideologia ou da posição política.