O governo Lula segue sem conseguir romper a barreira com o eleitorado evangélico, apesar de sucessivas tentativas de aproximação. A mais recente foi uma carta enviada à Marcha para Jesus, em São Paulo, no dia 19 de junho. O presidente justificou a ausência por “compromissos de governo”, mas não havia agenda oficial. Mesmo representado pelo ministro Jorge Messias, o gesto não surtiu efeito prático.
Desde o início do mandato, Lula promove ações como a campanha “Fé no Brasil” e o curso “Fé e Democracia”, da Fundação Perseu Abramo. A recepção, no entanto, tem sido fria. Dados do PoderData, divulgados pelo site Poder360, mostram que 70% dos evangélicos desaprovam sua gestão. Entre os católicos, a rejeição também superou numericamente a aprovação, fato inédito desde o início do atual governo.
O Planalto reconhece haver afinidades pontuais, mas esbarra na resistência da base religiosa, que mantém forte ligação com valores conservadores. Mesmo diante dos esforços, a comunicação entre Lula e os fiéis segue travada, reforçando o desgaste político em um dos segmentos mais influentes do país.