Enquanto o Brasil amarga crise na segurança e lentidão judicial, nomes da elite do Judiciário e do governo embarcam para Madri. O motivo oficial: um seminário promovido pela OAB com ingressos a R$ 9 mil por cabeça. A justificativa é acadêmica, mas a logística parece mais com um tour de luxo, pago com dinheiro de origem mal explicada.
A OAB afirma que não há verbas públicas envolvidas, mas se cala sobre quem banca cachês, passagens e hospedagens. Lewandowski, Messias, Gonet e Nunes Marques estão na lista, ao lado de ministros do STJ, diretores de estatais e agências reguladoras. Enquanto isso, o STF diz não pagar nada, mas alega sigilo ao falar de acompanhantes.
O STJ finge desconhecer os destinos dos próprios ministros e o Cade empurra a conta para o Portal da Transparência. A AGU confirma que parte dos gastos será dividida com a própria instituição. O custo final da viagem é um mistério, mas o desgaste à imagem das instituições é evidente.