Em apenas 21 minutos e sem qualquer discussão em comissões, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou um pacote de projetos que concede aumentos de até 98% nos salários e bônus de até R$ 264 mil a servidores do TCE-SP. As propostas, enviadas por Antonio Roque Citadini, presidente do tribunal, seguem agora para sanção do governador Tarcisio de Freitas. O impacto financeiro previsto ultrapassa R$ 60 milhões já em 2026.
Os projetos criam cargos, elevam salários e institui o Programa de Aposentadoria Incentivada, que paga seis vezes o salário bruto ao servidor que se aposentar antecipadamente. A medida tem caráter indenizatório e isenção de IR. Um auditor, por exemplo, poderá embolsar R$ 264 mil de bônus. As mudanças também incluem novas diretorias com vencimentos de até R$ 39 mil mensais.
A justificativa? Segundo o TCE, a estrutura atual está defasada e o quadro é insuficiente. Mas o avanço de medidas tão generosas, aprovadas quase às escondidas, expõe um sistema que protege seus próprios interesses enquanto o contribuinte assiste de mãos atadas à multiplicação dos privilégios sustentados por dinheiro público.
