Um dos maiores escândalos de corrupção envolvendo o INSS expôs o uso de laranjas para maquiar uma engrenagem que desviava até R$ 30 milhões por mês de aposentados. Maria Inês Batista de Almeida, ex-faxineira e presidente da Ambec, morreu, mas seu nome seguiu ativo em um processo judicial contra o site Metrópoles, como se ainda estivesse viva. A tentativa de blindagem jurídica foi desmascarada pelo TJSP em janeiro, que reconheceu a legitimidade da reportagem investigativa.
A Ambec, sob fachada de associação de aposentados, cresceu de forma explosiva entre 2023 e 2024, saltando de 30 mil para 600 mil filiados. Comandada nas sombras por Maurício Camisotti, a entidade usava a identidade de Maria Inês como escudo para aplicar descontos compulsórios em contracheques de idosos, com promessas de benefícios jamais entregues. A PF já confirmou que ela era apenas uma entre diversas laranjas.
O escândalo revela mais que uma fraude contábil: escancara o abandono institucional e a facilidade com que quadrilhas se apropriam de estruturas públicas e privadas para espoliar os mais vulneráveis. Em silêncio, milhares de aposentados foram lesados por anos enquanto as autoridades fingiam não ver. Camisotti segue sendo o nome por trás do esquema, protegido por engrenagens burocráticas e por um sistema que parece não punir quem realmente manda.