A Medida Provisória 1.303, apresentada pelo ministro Fernando Haddad, propõe a criação de alíquota única de 17,5% de Imposto de Renda sobre aplicações financeiras como Fiagros, LCAs e CRAs, que hoje têm benefícios fiscais. A mudança, válida a partir de 2026, preocupa o agronegócio, principal motor da economia, por elevar o custo do crédito e reduzir investimentos. Marcelo Winter, consultor da Abag, alerta: “É um golpe no coração do financiamento do agro.”
Apesar do agronegócio registrar crescimento de 12,2% no PIB do 1º trimestre de 2025, a taxa de juros no crédito rural já atingiu níveis recordes, dificultando o acesso a recursos. A tributação maior em fundos como Fiagro pode desestimular investidores, segundo Rafael Bellas, da InvestSmart XP: “Menos dinheiro disponível, a um custo mais alto.”
Além dos efeitos financeiros, o setor teme insegurança jurídica diante das mudanças abruptas. A Abag mobiliza parlamentares para tentar reverter a MP, pois teme que o pacote fiscal comprometa a produção, eleve custos e provoque efeitos negativos no equilíbrio econômico do país.