Nas bolsas de Nova York e Londres, os futuros do açúcar demonstram uma estabilidade cautelosa nesta tarde de quarta-feira (10), embora um viés baixista esteja presente. O mercado, otimista em relação à safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil, já começa a direcionar sua atenção para o ciclo 2024/25, ponderando sobre as variáveis que podem influenciar os rendimentos futuros.
Às 12h44, horário de Brasília, o contrato mais negociado do açúcar bruto mantinha-se estável, cotado a 21,70 cents/lb. Em Londres, o vencimento principal do adoçante registrava uma ligeira desvalorização de 0,34%, sendo cotado a US$ 620,50 por tonelada.
O comportamento do mercado do açúcar nesta quarta-feira reflete a volatilidade inerente ao setor, com os preços oscilando entre altas e baixas. Essa instabilidade é influenciada por uma série de indicadores, mas o foco predominante recai sobre o encerramento da safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil.
No entanto, não se pode ignorar os sinais emitidos pela próxima safra brasileira. De acordo com a hEDGEpoint Global Markets, a safra 2024/25 do Brasil pode não alcançar os patamares recordes da safra atual, devido ao impacto do clima mais seco sobre os canaviais do Centro-Sul. A entidade projeta uma moagem para o próximo ciclo de 620 milhões de toneladas métricas, uma quantidade inferior à previsão anterior de 640 milhões e abaixo da estimativa para 2023/24 de 651,5 milhões de toneladas.
Além dos fatores climáticos, o mercado financeiro também joga seu papel nesse cenário. Com o petróleo saltando mais de 1% nesta tarde de quarta, as perdas do açúcar são limitadas, influenciando decisões sobre o mix produtivo das usinas. Paralelamente, a leve queda do dólar em relação ao real tende a desencorajar as exportações brasileiras, fornecendo um suporte adicional aos preços do açúcar.
Este panorama do mercado açucareiro exemplifica a complexidade e a interdependência dos setores agrícola e financeiro, e como variáveis externas, como o clima e as tendências econômicas, podem ter um impacto significativo no equilíbrio entre oferta e demanda, preços e produção.
