Em evento oficial no sertão da Paraíba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “Deus deixou o sertão sem água porque ele sabia que eu ia ser presidente da República”. A frase, dita durante a entrega de uma obra do novo PAC, soou mais como autoelogio do que respeito à realidade enfrentada por milhões de nordestinos ao longo de décadas de abandono.
Lula usou a transposição do Rio São Francisco — projeto iniciado há quase 20 anos e marcado por atrasos, desperdícios e propaganda — para reforçar sua imagem, como se fosse o único responsável por levar água ao povo. Sem mencionar os esforços de gestões anteriores, preferiu destacar sua história pessoal e minimizar o papel técnico da obra.
Em Salgueiro (PE), adotou abertamente o tom eleitoral, atacando o ex-presidente Jair Bolsonaro e dizendo que “não se pode votar em qualquer tranqueira”. Mesmo sem anunciar oficialmente sua candidatura em 2026, Lula tem utilizado inaugurações públicas como plataformas políticas, alimentando a campanha antecipada com recursos e estrutura do Estado.