A Polícia Civil de São Paulo identificou mais de R$ 9,6 bilhões em lavagem de dinheiro apenas em 2024 mais que o dobro do apurado no ano anterior. Os dados do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) apontam para um crescimento de 113% nas movimentações suspeitas. O número não apenas choca, mas escancara o avanço de um submundo que age com sofisticação e confiança na lentidão das punições.
Postos de gasolina, hotéis e concessionárias seguem sendo fachadas clássicas. Agora, os criminosos diversificam os setores para maquiar seus lucros, como se administrassem negócios legítimos. A estrutura criminosa ganhou musculatura com a passividade institucional e com décadas de discursos vazios que evitaram o cerne do problema: o colapso moral de parte do sistema.
O delegado Lawrence Tanikawa afirma que os bens recuperados reforçam o caixa da segurança pública, como prevê o programa Recupera-SP. Mas o volume bilionário de dinheiro sujo revelado em apenas um ano impõe a pergunta: quem realmente comanda o país a lei ou os que a driblam impunemente?