O governo federal revogou, nesta quinta-feira (22), parte do decreto que alterava a cobrança do IOF sobre investimentos internacionais. A mudança, feita horas após o anúncio inicial, restabelece a isenção para aplicações de fundos nacionais no exterior, decisão tomada após reunião no Palácio do Planalto com ministros de áreas políticas e da comunicação.
A medida inicial visava reforçar o caixa em R$ 20,1 bilhões, mas encontrou forte resistência no mercado e entre técnicos. Especialistas apontaram ingerência da Fazenda sobre atribuições do Banco Central. “Colocar IOF de 3,5% é o início do fechamento da conta de capital”, alertou o ex-diretor do BC, Tony Volpon. O impacto no câmbio e nas remessas acendeu alerta entre investidores.
Apesar de o número 2 da Fazenda afirmar que houve diálogo com o BC, Haddad negou publicamente qualquer negociação. O episódio reforça a falta de coesão no núcleo econômico e levanta dúvidas sobre o comando da política fiscal.