O Palácio do Planalto recuou, ainda na noite de quinta (22), de um decreto que criava nova alíquota de 3,5% sobre fundos brasileiros no exterior. O motivo do cancelamento não foi pressão partidária ou articulação parlamentar, mas o receio de um vídeo de Nikolas Ferreira. O deputado, conhecido por sua presença explosiva nas redes, sequer precisou publicar algo, bastou o temor de outro “efeito Nikolas”.
Ministros correram para articular o recuo antes que o vídeo sequer existisse. A ordem: neutralizar a possível tempestade digital. A memória recente do episódio do PIX, que teve 100 milhões de visualizações e forçou outro recuo do governo, pesou na decisão. Um assessor admitiu: “Não governamos mais contra o Centrão. Governamos contra o algoritmo.”
Na manhã seguinte, Fernando Haddad tentou amenizar o impacto: “Não temos problema em corrigir rota.” O Planalto alegou “ajuste técnico”, mas nos bastidores, a leitura é clara: Nikolas impôs nova derrota ao governo sem nem precisar abrir a boca.
