Cinco meses após o STF barrar as emendas do relator por falta de transparência, o governo Lula ressurge com um novo mecanismo para distribuir R$ 3 bilhões do Ministério da Saúde a prefeitos apadrinhados por parlamentares governistas. O esquema, revelado pelo UOL, orienta deputados e senadores a ocultarem suas digitais, numa clara tentativa de burlar a decisão judicial e manter o controle político por meio do caixa público.
A operação foi desenhada sob comando de Alexandre Padilha, que repassa a parlamentares valores entre R$ 5 e R$ 18 milhões, com descontos aplicados aos que contrariaram o Planalto em votações estratégicas. O dinheiro será canalizado diretamente aos municípios sem qualquer menção ao responsável pela indicação, o que torna os repasses invisíveis à fiscalização oficial, tudo conforme revelado pela reportagem de Natália Portinari, do UOL.
Para maquiar a origem política dos valores, os pedidos são protocolados como demandas técnicas, sem citar os congressistas. O plano contou com o aval de Davi Alcolumbre e Hugo Motta, e tem execução sob nomes já ligados ao antigo “orçamento secreto”. O silêncio do Ministério da Saúde só reforça a suspeita de que o governo não abandonou os velhos métodos, apenas os rebatizou.