Geólogo sobre Portão do Inferno: 'Pode cair hoje ou daqui 30 anos, mas uma hora vai cair'

Risco iminente de desabamento em MT-251: ação proativa do governo

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Geólogo sobre Portão do Inferno: 'Pode cair hoje ou daqui 30 anos, mas uma hora vai cair'
Foto: Daniel Berigo/Secom-MT

Na manhã desta sexta-feira (12), uma importante visita técnica ao trecho do Portão do Inferno, na rodovia MT-251, trouxe à tona preocupações significativas sobre a estabilidade geológica da área. Durante a inspeção, o geólogo Darlan dos Santos, da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), destacou que as rochas do paredão apresentam um risco elevado de desabamento. Esta visita foi organizada sob a liderança do presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Sérgio Ricardo, demonstrando a preocupação das autoridades com a segurança dos cidadãos.

Darlan dos Santos enfatizou a urgência da situação, comparando dados e informações de estudos semelhantes realizados em outros estados. De acordo com ele, o perigo de queda das rochas é iminente. “O tempo geológico é imprescindível. Ele pode cair hoje, pode cair amanhã, pode cair daqui a 30 anos, mas em uma hora ele vai cair”, alertou o geólogo, salientando a incerteza do momento exato do possível desabamento, mas a certeza de sua ocorrência.

A situação se agrava com o período de chuvas, especialmente considerando a natureza do arenito que compõe o paredão. A água da chuva, ao infiltrar-se nas fraturas da rocha, atua como um agente de desestabilização. “É tipo uma cola que vai soltando as placas e vai desmoronando”, explicou Darlan. Além disso, as vibrações causadas pelo tráfego de veículos na região podem acelerar o processo de deslocamento do material rochoso.

Diante desse quadro preocupante, a decisão do governo de interditar o trânsito na região foi defendida por Darlan como a mais acertada. “É a melhor [solução]. Melhor prevenir do que remediar”, afirmou, reforçando a importância de medidas preventivas em situações de risco evidente.

Por fim, Darlan dos Santos ressaltou a necessidade de mais estudos na área para avaliar a resistência do material rochoso e entender melhor a dinâmica geológica do local, incluindo os impactos da erosão e deslizamentos superficiais. “Precisamos de mais estudos para se ter uma noção de qual é a resistência desse material, porque estão em contato entre duas formações geológicas. É preciso ter estudo para saber se a enxurrada está levando material, se está tendo uma ilusão laminar”, concluiu.

Esta situação no Portão do Inferno evidencia a importância de uma abordagem cautelosa e baseada em conhecimento técnico quando se trata de fenômenos naturais e infraestrutura. A ação proativa e a prudência do governo e dos especialistas demonstram um compromisso com a segurança pública e a preservação do patrimônio natural, alinhados aos valores de responsabilidade e precaução.