A desvalorização do real, aliada às incertezas fiscais e à insegurança econômica doméstica, tem levado investidores brasileiros a direcionarem seus recursos ao mercado norte-americano. O retorno de Donald Trump à presidência dos EUA impulsionou a confiança em ativos como os Treasuries e bonds, cuja atratividade aumentou com rendimentos elevados e expectativas de maior estabilidade monetária.
Roberto Lee, CEO da Avenue, revelou que o envio de recursos ao exterior cresceu até 25% em dezembro, um mês geralmente marcado por menor movimentação. Este fluxo massivo reflete a estratégia de "flight to quality", onde investidores conservadores buscam refúgio em economias sólidas. Dados do Banco Central mostram que os investimentos brasileiros em ativos no exterior ultrapassaram US$ 10,6 bilhões em 2024, mais que o dobro do ano anterior.
A principal causa dessa fuga é o risco fiscal no Brasil. O governo atual não conseguiu apresentar medidas eficazes para conter a dívida pública, aumentando a desconfiança do mercado. Enquanto isso, o Banco Central endurece as condições financeiras internas, reforçando a busca por alternativas seguras no exterior. O cenário evidencia o impacto de políticas internas falhas sobre a economia nacional.
