O julgamento da suposta tentativa de golpe gerou tensão no Supremo após o general Freire Gomes depor. Ao ser confrontado por Alexandre de Moraes, o ministro reagiu com tom ríspido, insinuando contradições entre falas prestadas à PF e ao STF. O episódio reforçou críticas à condução do processo e expôs um ambiente cada vez mais polarizado. A imprensa, sem perder tempo, estampou manchetes sobre "minuta golpista", ignorando nuances do depoimento.
O general, no entanto, apenas relatou ter recebido o documento que sugeria medidas constitucionais, como GLO e Estado de Defesa. Segundo ele, não houve adesão a qualquer plano de ruptura institucional. Para muitos analistas, inclusive o comentarista Rodrigo Constantino, discutir cenários dentro da Constituição não é crime, é prerrogativa presidencial em contextos de crise e insegurança jurídica.
O comportamento de Moraes levantou dúvidas até mesmo entre setores mais moderados. Constantino aponta para um processo movido por narrativas, não por fatos. “Estamos diante de um julgamento para inglês ver”, disse. Em um momento delicado da República, o episódio reacende a discussão sobre os limites entre firmeza institucional e arbitrariedade judicial.