Crise persistente: Terra indígena Yanomami e a ineficácia do governo Lula

Desafios ambientais e administrativos perduram sob a gestão petista

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Crise persistente: Terra indígena Yanomami e a ineficácia do governo Lula
Yanomamis no município de Alto Alegre em Roraima Getty Images

Um ano após o decreto de emergência na Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima, a situação continua piorando. O governo Lula, apesar de implementar várias ações emergenciais em 2023, reconhece que estas não foram suficientes para proteger as comunidades Yanomami. A crise ficou ainda pior com a paralisação dos servidores do Ibama, fundamentais na luta contra os crimes ambientais na região.

Em uma reunião no Palácio do Planalto, liderada pelo Presidente Lula e 13 ministros, foram discutidas ações para 2024 na Terra Indígena Yanomami. Lula instruiu que as medidas emergenciais de 2023 se transformem em ações permanentes, com investimentos previstos de R$ 1,2 bilhão.

As ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, em visita a Roraima, enfatizaram a insuficiência das ações de 2023 para resolver a crise. A situação é agravada pela paralisação dos servidores do Ibama, que estão limitados a atividades burocráticas internas. Esta paralisação, iniciada em janeiro deste ano, visa pressionar o governo por melhores condições de trabalho e reestruturação salarial.

A crise na Terra Indígena Yanomami ganhou destaque com o terceiro mandato de Lula, que critica a gestão anterior de Jair Bolsonaro por supostamente negligenciar a situação, mas o atual governo ignora que essa crise data dos anos 2000, com incidências semelhantes em governos anteriores a Bolsonaro.

A paralisação impacta diretamente a fiscalização na TIY. Documentos indicam que, dos 87 agentes do Ibama planejados para a operação, apenas quatro confirmaram participação. A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do PECMA (Ascema) destaca que, dos 723 agentes disponíveis, uma média de 300 atuam em campo mensalmente.

O Ibama, apesar da paralisação, relata sucessos anteriores, como a redução de 77% da área desmatada para garimpos na TIY e a desmobilização de acampamentos e apreensões importantes. Samuel Souza, ex-diretor de proteção animal do Ibama, enfatiza a importância da continuidade dessas operações, dada a experiência dos agentes na área e os recursos disponíveis, como helicópteros.

Além disso, os servidores do Ibama estão muito insatisfeitos com o governo Lula, apontando a falta de reconhecimento de seus esforços e resultados em 2023. Uma nova rodada de negociações está prevista para 1º de fevereiro.