A iminente demissão da ministra Cida Gonçalves, acusada de assédio, marca mais um capítulo do desgaste moral que corrói o governo Lula. Pressionado por denúncias graves, o presidente articula a substituição da titular do Ministério das Mulheres por Márcia Lopes, ex-ministra do próprio PT, em mais um gesto de apadrinhamento que ignora mérito e ética.
A escolha de Márcia, que já integrou a velha guarda petista, reforça a falta de renovação num governo preso ao passado e às conveniências políticas. “Recebi sim [o convite] e estarei em Brasília já na segunda-feira”, confirmou ela à Folha de S. Paulo. Enquanto isso, Lula finge surpresa com a crise que ajudou a construir — fruto da leniência diante de condutas que sua militância dizia combater.
Ao manter silêncio até que o escândalo se tornasse insustentável, o presidente revela que seu compromisso com as mulheres é apenas retórico. A Esplanada vive de improviso, escândalo e maquiagem institucional. A demissão de Cida é tardia, e o estrago, irreversível.