O Supremo Tribunal Federal recebeu com surpresa a notícia do desaparecimento de dois celulares e um notebook ligados a réus da Ação Penal 2.417, que investiga oficiais da PMDF pelos atos de 8 de janeiro. Os equipamentos, após perícia da Polícia Federal, estavam sob a guarda da Procuradoria-Geral da República, mas não foram devolvidos às defesas — e seu paradeiro segue desconhecido.
Para advogados dos réus, a falha compromete a integridade da acusação. Sem acesso ao conteúdo dos aparelhos, as defesas alegam prejuízo direto na elaboração das alegações finais. Juristas consideram que a quebra da cadeia de custódia invalida qualquer prova extraída dos dispositivos. “Essas provas não podem mais ser usadas”, afirmou o professor Pedro Serrano.
O caso, embora constrangedor para os órgãos responsáveis, escancara a fragilidade da acusação. Se as provas centrais foram perdidas, a sustentação do processo se torna duvidosa. A expectativa é que esse episódio sirva como freio contra abusos e apresse a revisão de processos marcados por vícios e atropelos.