A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da reforma tributária, que institui novos tributos como o IBS e a CBS, com promessas de simplificar o sistema. A justificativa oficial foca na unificação de cinco impostos e na redução da cumulatividade. Contudo, o projeto, aprovado por ampla maioria, levanta questionamentos sobre seus impactos reais. A gradual implementação, com a CBS entrando em vigor em 2027 e o IBS em 2029, propõe um período de transição até 2033, mas já provoca debates acalorados sobre sua viabilidade e efeitos no bolso do contribuinte.
Pontos positivos incluem a isenção de tributos para itens essenciais da cesta básica e benefícios a microempresas, entidades beneficentes e igrejas. Alimentos premium, por outro lado, seguirão taxados, e produtos como bebidas alcoólicas e combustíveis fósseis enfrentarão a incidência do Imposto Seletivo. Além disso, a ideia de cashback para consumidores de baixa renda surge como uma compensação, mas resta saber se será eficaz em mitigar desigualdades.
A adoção do modelo IVA e do "split payment" reforça o controle estatal, mas gera preocupações sobre centralização e eficiência. Apesar das promessas de redução da burocracia, a transição extensa e os testes planejados para o próximo ano indicam que os desafios práticos ainda são enormes. A reforma, que agora aguarda sanção presidencial, será um divisor de águas na economia brasileira, mas o debate sobre sua verdadeira eficácia está longe de acabar.