Com aval do governo Lula, uma produtora foi autorizada a captar até R$ 1,3 milhão pela Lei Rouanet para montar um espetáculo em homenagem ao Tabaris Dancing, um prostíbulo que funcionou até 1934 no centro de São Paulo. O local, frequentado pela elite da época, agora será tema de uma peça teatral que propõe reimaginar a trajetória das mulheres que o gerenciavam.
Batizado de Tabaris Dancing ou Cabaré Máximo, o espetáculo será comandado exclusivamente por mulheres e percorrerá palcos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Segundo os idealizadores, trata-se de “uma reconstrução artística de um espaço emblemático da memória paulistana”, misturando ficção e fragmentos históricos. A ideia, dizem, é resgatar figuras femininas que lideraram o local.
A proposta escancara as distorções da Lei Rouanet e revela, mais uma vez, o uso ideológico dos recursos públicos. Ao priorizar um bordel histórico em vez de projetos educativos ou patrióticos, o governo reforça sua afinidade com pautas culturais desconectadas da realidade da maioria dos brasileiros.
