Brasil chama de volta embaixador em Israel

Fred Meyer foi convocado “para consultas” e isso indica que solução diplomática para normalizar relação entre os 2 países fica mais distante

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Brasil chama de volta embaixador em Israel
Fred Meyer, embaixador do Brasil em Israel, foi convocado de volta pelo governo brasileiro

Em uma movimentação diplomática que marca a recente tensão entre Brasil e Israel, o governo brasileiro determinou o retorno imediato do embaixador Fred Meyer ao país nesta segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024. Conforme revelado por documentos obtidos pelo Poder360, a convocação de Meyer é para uma série de consultas. Por enquanto, a embaixada em Tel Aviv permanecerá sem um representante oficial.

A decisão ocorre após um encontro do diplomata com o ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, realizado no Museu do Holocausto, em Jerusalém, também nesta segunda-feira. Katz expressou em suas redes sociais uma crítica severa à postura do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, rotulando-o como "persona non grata" até que um pedido formal de desculpas seja apresentado.

O encontro no museu foi interpretado tanto pelo Itamaraty quanto pelo Palácio do Planalto como uma provocação deliberada à nação brasileira, complicando ainda mais as relações diplomáticas entre os dois países. Este episódio surge em um momento delicado, após comentários do presidente Lula comparando as ações israelenses na Faixa de Gaza ao genocídio perpetrado por Adolf Hitler contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Lula, em declarações feitas em Adis Abeba, Etiópia, enfatizou a singularidade da situação na Faixa de Gaza, remetendo ao reconhecimento pelo Brasil do Estado palestino em 2010 como um marco de sua política externa. "É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem de ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não tem paralelo na história recente, exceto, talvez, pela tragédia orquestrada por Hitler", afirmou o presidente.

Fontes próximas ao Poder360 indicam que um pedido de desculpas por parte de Lula não está previsto no cenário atual. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi designado pelo governo brasileiro para abordar publicamente a questão. Espera-se que Vieira faça uma declaração oficial aos jornalistas ainda nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, onde participará da reunião de chanceleres do G20, agendada para a próxima quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024.