Davi Alcolumbre deixou claro de que lado está ao entregar o projeto de anistia dos presos políticos de 8 de janeiro a Jaques Wagner, homem de confiança do governo Lula. A escolha, travestida de gesto conciliador, é vista no Senado como tentativa de esvaziar a pressão popular e blindar as decisões questionáveis do STF com um texto diluído e sem efeitos reais.
Wagner, que chamou os presos de “criminosos”, defende um “caminho do meio” que só beneficia os interesses do poder. Ele admite que está alinhado a Alcolumbre e articula, junto ao presidente da Câmara, um texto alternativo para ser apresentado em maio, neutralizando o requerimento de urgência apresentado pelo PL.
A proposta tenta dar verniz jurídico às sentenças do STF, que há meses ignora princípios constitucionais. A manobra revela o esforço do Congresso para estancar o desgaste político do Judiciário, empurrando o tema com a barriga e traindo a base conservadora que cobra justiça de verdade.