Especialistas citados pela Gazeta do Povo definem as recentes medidas do governo como “remendos tributários” que podem cumprir metas no curto prazo, mas não representam um ajuste fiscal efetivo. Para Mauro Rochlin (FGV-RJ), são ações pontuais: “podem ajudar... mas sem corte de gastos, tudo isso será uma ficção”. Juliana Inhasz (Insper) alerta para um “colapso anunciado”, caso não haja revisão das despesas obrigatórias antes de 2027.
O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026 já projeta falta de espaço fiscal em 2027, com deterioração prevista em 2028 e 2029. Os gastos obrigatórios, como previdência e salários, hoje drenam mais de 94% do orçamento e podem chegar a 96% em dois anos. Esse desequilíbrio pressiona as contas públicas e limita investimentos.
Enquanto Executivo e Congresso discutem taxar em vez de cortar, economistas consideram que decisões paliativas vão adiar o problema. Sem estratégia clara para controlar as despesas obrigatórias, o risco de crise fiscal permanece alto.