STF veta gravação de audiências e acirra debate sobre transparência no caso Bolsonaro

Jornalistas só terão acesso por telão; decisão gera críticas e levanta suspeitas de censura velada

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STF veta gravação de audiências e acirra debate sobre transparência no caso Bolsonaro
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal decidiu restringir o trabalho da imprensa nas audiências que apuram a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por suposta tentativa de golpe. A partir de 20 de maio, jornalistas não poderão gravar áudio nem vídeo dos depoimentos, acompanhando tudo apenas por um telão na sala da Primeira Turma. Nenhum canal oficial do STF fará a transmissão.

A justificativa usada foi o artigo 210 do Código de Processo Penal, que exige que testemunhas sejam ouvidas separadamente, sem risco de contaminação nos relatos. A medida, contudo, destoa da postura adotada em julgamentos de grande impacto, nos quais a publicidade sempre foi regra não exceção.

A decisão reacendeu o debate sobre a transparência no Judiciário e levantou críticas de especialistas que apontam o risco de censura disfarçada. Para aliados de Bolsonaro, o sigilo reforça o temor de um processo politizado, marcado por desequilíbrios e falta de isonomia entre acusação e defesa.