A Justiça Federal autorizou a quebra de sigilo de comunicações do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros seis ex-dirigentes, todos suspeitos de participação num esquema fraudulento que causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos. A decisão, proferida pelo juiz Frederico Viana, da 15ª Vara Federal do DF, atende pedido da Polícia Federal na Operação Sem Desconto, que apura ilegalidades em descontos aplicados diretamente na folha de pagamento de aposentados.
A autorização permite acesso irrestrito a dados pessoais e corporativos, como e-mails, mensagens, arquivos, backups e registros telefônicos de janeiro de 2021 a março de 2025. A medida é considerada “imprescindível” para rastrear quem se beneficiou do esquema de vantagens, incluindo operadores financeiros e entidades associativas envolvidas em práticas fraudulentas de filiação compulsória e falsificação de documentos.
Mesmo com o desmoronamento da estrutura interna do INSS, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, segue no cargo, blindado politicamente, enquanto a oposição exige sua responsabilização. Diante do escândalo exposto por investigações da PF e da CGU, resta evidente o apodrecimento de um sistema aparelhado, onde aposentados foram tratados como moeda de troca por burocratas sedentos por poder e lucro.