O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pautou um requerimento de urgência para um projeto de lei de 2016 que propõe anular delações premiadas feitas por réus presos. Se aprovada, a proposta pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), anulando a colaboração premiada do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. Cid, que foi ouvido em investigações sobre joias e fraude no cartão de vacina, relatou que Bolsonaro consultou militares sobre um plano de golpe e apresentou outras informações sobre possíveis irregularidades.
O pedido de urgência, apresentado por deputados de oposição ao governo, foi pautado após um atrito envolvendo a "taxa das blusinhas", um imposto de 20% sobre compras internacionais. A sessão da Câmara foi interrompida após a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) passar mal. Mauro Cid, que havia fechado um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, foi preso novamente este ano, mas solto após prestar novos depoimentos. Lira não comentou o assunto, enquanto o autor do projeto, ex-deputado Wadih Damous (PT), criticou a proposta como sendo desenterrada para beneficiar aliados específicos.