O show de Lady Gaga, neste sábado (3), vai muito além da música: é um espetáculo de cifras. A TV Globo, que detém os direitos de transmissão, embolsou quase R$ 76 milhões vendendo cotas de patrocínio a marcas como Corona, Santander, 99, C&A e Zé Delivery, cada uma pagando R$ 9,5 milhões. Outras empresas, como Absolut, Deezer e Dove, fecharam pacotes digitais. No total, o evento deve movimentar R$ 600 milhões, segundo a prefeitura do Rio.
Apesar da aparência privada, 10% do financiamento vem de estatais e recursos públicos. A justificativa oficial é o “potencial turístico”, mas o enredo é velho: grandes marcas lucram, emissoras reforçam domínio e o contribuinte paga a conta sob o manto do entretenimento. “É uma plataforma viva de construção de marca”, admite Edmar Bulla, especialista em marketing e inovação.
A verdade é que Copacabana virou vitrine de luxo para campanhas publicitárias disfarçadas de cultura pop. Lady Gaga canta, o povo vibra, a mídia fatura, e o governo posa de mecenas com dinheiro alheio.
