AGU pressiona redes sociais e garante remoção de críticas à primeira-dama

Uso de estrutura estatal para blindar Janja levanta debate sobre limites entre desinformação e censura

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AGU pressiona redes sociais e garante remoção de críticas à primeira-dama
 Fernando Frazão/Agência Brasil

A AGU confirmou que notificou a Meta e o TikTok para que removessem postagens com críticas a Janja, esposa do presidente, após sua chegada à Rússia com a comitiva oficial. As imagens, que mostravam a primeira-dama ao lado de malas, foram classificadas como “conteúdo desinformativo” e retiradas do ar. Segundo o órgão, o material tinha potencial para afetar a estabilidade institucional e comprometer a missão diplomática.

A medida reacende a discussão sobre o papel do Estado diante da liberdade de expressão. Embora o combate à desinformação seja necessário, cresce a percepção de que críticas, memes e especulações, ainda que ácidas, estão sendo tratadas como ameaças à democracia. A AGU, ao agir rapidamente para defender a imagem da primeira-dama, passa a impressão de seletividade na defesa do interesse público.

O episódio ilustra o desequilíbrio de prioridades de um governo mais atento ao que se fala sobre seus nomes próximos do que aos problemas que atingem diretamente a população. O limite entre proteção institucional e censura parece cada vez mais tênue, enquanto a crítica, elemento vital do debate público, é colocada sob constante vigilância.