Por mais de 50 anos, a Síria viveu sob o comando implacável da família Assad, uma dinastia que consolidou o poder à força e deixou um rastro de destruição. Hafez al-Assad, o patriarca, moldou um regime autocrático e, com a morte inesperada de seu herdeiro Bassel, transferiu a responsabilidade para Bashar al-Assad, inicialmente alheio à política. Educado em medicina e com uma vida pacífica em Londres, Bashar tornou-se o improvável sucessor de uma máquina de poder que subjugava a liberdade do povo sírio.
Ao assumir a presidência em 2000, Bashar tentou mascarar sua governança com uma fachada de moderação, aproximando-se do Ocidente e promovendo reformas superficiais. Contudo, a brutalidade do regime emergiu sem disfarces na guerra civil síria, que deixou centenas de milhares de mortos e milhões de refugiados. Apoiado por Rússia e Irã, o regime acumulou acusações de crimes contra a humanidade, enquanto a crise humanitária se agravava sob sua liderança.
Com o colapso da dinastia, o povo sírio vê encerrar-se um capítulo de sofrimento e opressão. A história dos Assad, marcada por tragédias e alianças controversas, deixa cicatrizes profundas. Apesar de sua queda, os desafios para a reconstrução de uma nação dilacerada permanecem, enquanto o legado sombrio do regime ecoará por gerações.